domingo, 8 de outubro de 2017

A Professora de Janaúba

A Professora de Janaúba

Não imaginava que depois de dois anos, que passei na cidade de Janaúba, Minas Gerais, iria recordar dos poucos minutos de passagem, através da tragédia acompanhada das atitudes heroicas que protagonizou a professora Helley Abreu Batista.

Os atos de grandezas na vida e na morte são próprios daqueles que de fato gostam do que fazem. O trabalho dignifica o ser humano a medida que este se dispõe a trabalhar fazendo do seu trabalho, “sua vida”.

Ainda que no trabalho profissional haja situações ruins de concretizar, normalmente o trabalhador faz opções de continuar numa profissão, considerando o conjunto da obra, isto é, as ações realizadas no cumprimento do trabalho satisfaz em quase cem por cento.

No caso específico da professora que faleceu em decorrência das queimaduras, seu histórico de vida profissional apresentada por vários órgãos de imprensa, demonstram o quanto valorizava o trabalho de ensinar e construir saberes, de forma tal que o mundo se comoveu pela atitude de salvar cerca de 25 crianças, que terão uma vida toda para agradecer, por aqueles minutos de desespero de uma professora preocupada com a vida “daqueles que por ironia são estudantes da escola GENTE INOCENTE, sendo as crianças inocentes por natureza” jamais esperavam uma atitude covarde e assassina daquele que estava ali para cuidar delas.

Que este ato de grandeza da professora, Helley seja um espelho para o mundo, pois o fato de lutar pela vida de inocentes, vai além de palavras bonitas, vai além de boa didática e metodologias espetaculares e inovadoras, isto perpassa todas as técnicas de ensino para construção da aprendizagem, mas demonstra como diz (Cortella), ela foi IMPORTANTE, na vida e na morte, tanto para as crianças sobreviventes, mas também à milhares de pessoas.

Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 08 de Outubro de 2017

Dario Belibaldo Acacio

domingo, 1 de outubro de 2017

Pobre, não deve estudar nem saber sobre direitos

Pobre, não deve estudar nem saber sobre direitos

Para grande parte da população brasileira, nascidas nos anos 70 e 80, enfrentaram uma realidade diferente dos anos 90 e início deste século, em relação ás oportunidades de estudar um Curso Superior.

Conheço muita gente nascida nos anos setenta e oitenta, que tiveram grande dificuldades para conquistar seu espaço através da formação escolar, pois na idade que deveriam ingressar no curso superior, faltavam as condições financeiras, vagas próximas de sua cidade além dos horários de trabalho e outros fatores que excluíam um número elevado de estudantes dos bancos universitários.

A universidade pública, sempre foi concorrida pois fora frequentada na maioria por alunos que  dispõem de tempo para  cursinho e preparo aos vestibulares ou exame nacional do ensino médio (Enem), oportunizando àqueles que não precisam de trabalhar para sobrevivência ou para ajudar no orçamento familiar.

Na primeira década do século, a partir dos investimentos na abertura de novos cursos, além das bolsas ofertadas em parceria do MEC e Universidades particulares, houve a inflação do diploma, descrito pelo Sociólogo Jesse de Souza, pois foi um período que ocorreu uma nítida atenuação do acesso ao curso superior, se comparado entre trabalhadores e filhos de empresários,  mas é possível perceber de forma clara e objetiva, que políticos e grandes capitalistas agora já declaram ser contra a escalada da população nos cursos superiores.

O Deputado Federal do Estado de São Paulo, Sr. Nelson Marquezelli, afirmou que “ele paga faculdade para os filhos dele, e quem quer estudar que pague”. Este discurso sempre pertenceu àqueles privilegiados economicamente, mas ainda não sentiam a vontade para expressar, no caso referido trata-se de um grande empresário,  que independente de ser parlamentar, possui de fato condições de pagar faculdade.

Nesta visão política que o trabalhador deve “se virar” para conseguir quaisquer espaço na sociedade, existe também o pensamento relativo a mudanças e percas de direitos, que estão sendo votados no Congresso Nacional.

O Deputado Federal, do Rio Grande do Sul, Sr. Darcisio Perondi, afirmou “Opinião pública é a população, e a população não tem obrigação de entender o que são reformas” para ele, as elites sim, devem participar das reformas, inclusive cita o apoio de uma coalizão dominante do governo que inclui a imprensa.

Nestes discursos ficam evidentes os interesses atuais do Congresso Nacional e Poder Executivo, demonstrando que o “trabalhador é o grande problema para o Brasil, na visão da classe política”, por este motivo qualquer reforma ou ação de governo, deve ter como prioridade “última” o cidadão brasileiro.

Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 01 de Outubro de 2017

Dario Belibaldo Acacio

domingo, 24 de setembro de 2017

Apesar dos políticos, a vida continua

Apesar dos políticos, a vida continua

Nos últimos dezessete meses os noticiários dos canais oficiais de televisão, jornais e mídias sociais em geral, trataram diretamente com muita ênfase das chamadas reformas, trabalhista, previdência, política entre outras.

Os políticos em geral, do poder legislativo e executivo, cada vez mais aparecem nas notícias com seus respectivos escândalos, envolvendo desvios de recursos, e as mais diversas formas de corrupção já vistas, ou pelo menos divulgadas na história do Brasil.

O Congresso Nacional, atualmente possui cerca de mais de 200 parlamentares, denunciados devido alguma falcatrua em sua vida política, inclusive o atual presidente da república, com a segunda denúncia sendo agora mencionado “como chefe de quadrilha” relativo a roubos e desvios de recursos públicos.

Diante de tantos políticos sendo denunciados por suas malandragens financeiras e políticas, existe um ponto comum entre todos, sejam do executivo ou do legislativo, isto é, tanto os deputados, senadores, presidente e governadores, resolveram se unir, para que todos ou a maioria possam se salvar.

Considerando a união de todos os corruptos, a conta está ficando obviamente para o trabalhador brasileiro pagar. Já existem pesquisas que demonstram claramente que os ganhos atuais são para o grande capital, enquanto que a desigualdade aumentou e tende ampliar mais, se continuar no mesmo ritmo, a exemplo dos dez reais do salário mínimo cortado do trabalhador, em contrapartida, quantas empresas grandiosas, “mas amigas do rei” tiveram bilhões perdoados.

O discurso que era contra a corrupção, por isto tinham que substituir o governo, já perdeu a validade, pois os personagens mudaram mas os abusos e roubalheira avançaram, mas com o diferencial que envolve a maioria de um congresso comprometido com a corrupção instalada, basta observar que a câmara votou para engavetar uma denúncia, e há grandes chances de engavetar a segunda, demonstrando claramente que os interesses políticos deste grupo tendem a se manter.

Antes do atual governo, baixa popularidade significava governo vencido, corrupção eram as palavras mais usadas, e os canais de televisão faziam questão de divulgar, para empolgar e financiar as grandes passeatas, na situação atual, quase nenhum canal de comunicação divulga a popularidade do governo, se o faz não comenta, para que não haja destaque.

Quando divulgaram o início dos noticiários sobre corrupção utilizaram o aumento das passagens dos coletivos das capitais, mas no ano 2013 mesmo, pouco mais de mês dos protestos relativos as passagens, os discursos mudaram para falar sobre corrupção até o ano 2016, e ninguém mais comentou sobre os aumentos das passagens, que já subiram o quanto tinha  de subir sem que houvesse um protesto sequer, agora no ano 2017 a corrupção é gravada, provada com imagens e áudios, inclusive pela polícia federal, mas por ser um governo que tinha o slogan da ponte, deve estar acima de tudo, e por este motivo todas denúncias são colocadas debaixo do tapete.

Portanto, grande parte dos trabalhadores que tiveram suas passeatas patrocinadas ou fizeram empolgados pelas redes de televisão, com o passar do tempo perceberam a quem estavam a serviço quando saíram vestidos de camisetas da seleção brasileira, isto é, certamente não era para a grande maioria da população.

Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 24 de Setembro de 2017
Dario Belibaldo Acacio

domingo, 7 de maio de 2017

Reformas

Reformas

O Brasil vive momentos históricos, pois desde o final do ano 2014, há movimentações intensas relativas às questões políticas, envolvendo a população em geral, mas com manifestações dos políticos sempre em defesa da classe política.

É possível perceber a existência de um poder alternativo, ou mesmo o quarto poder que atua diariamente com finalidade implícita, divulgando as ações de um governo que possui baixíssima aprovação popular, no entanto este trabalha para atender uma camada da população ligada diretamente ao controle do capital financeiro.

Considerando o governo eleito na última eleição para presidente, a baixa popularidade era fato para o legislativo justificar o afastamento definitivo, mas os acordos bem amarrados para mudar a história dos trabalhadores foram bem feitos, ao ponto que todas as contas da previdência dos grandes capitalistas, estão sendo perdoadas pois o trabalhador através das reformas será o grande responsável de pagar a conta.

Infelizmente a votação do legislativo nas reformas, são representação de toda população que elegeu, mas na situação atual a proposta do executivo eleito no ano de 2014, era totalmente diferente das propostas que estão sendo implementadas atualmente.

Na realidade foram quatro eleições consecutivas em que o eleitor rejeitou esta proposta de mexer na aposentadoria de forma radical como está sendo feito, além da flexibilização das leis trabalhistas que não tinha previsão de ser alterada neste nível em que estará sendo implementada.

Outra mudança já efetivada foi o congelamento de despesas durante vinte anos, que poderá certamente afetar a educação e saúde. Já se admite a cobrança de mensalidades em universidades federais, como também se cogitou em tabelar as consultas do sus, demonstrando claramente que Jessé de Souza, em seu livro a “Radiografia do Golpe”, explica em detalhes que de fato ocorreu no Brasil foi uma grande falácia para justificar naquele momento a necessidade de afastar a presidente, com propósito retirar dos trabalhadores os direitos e aumentar o ganho dos que já são donos do capital.

Toda justificativa para confirmação do afastamento da presidente, foi de forma repetidamente embalada por uma mídia que orquestrou a ideia, passando a imagem que seria a única forma de melhorar o Brasil, depois, veio a pec dos vinte anos, e atualmente estão reforçando a necessidade urgente da reforma trabalhista e da previdência, como responsável pela melhora do Brasil, demonstrando claramente que as tentativas anteriores não deram resultados.

Para o trabalhador em geral, soa como a tragédia anunciada nos direitos trabalhistas e postos de trabalho, pois é o que fica evidente a cada dia que passa, inclusive vindo o apoio do grupo de parlamentar  totalmente oposto ao trabalhador.

Diante da realidade, a reforma que aparenta ser um pouco mais democrática do ponto de vista da “divulgação” do Supremo Tribunal Federal, é a lista em que finalmente parecem ter dado uma “reformada” e apresentado políticos dos mais diversos partidos, isto ainda não significa apuração e condenação, considerando o tempo que demora na justiça para o andamento do processo.

Mesmo com a existência de uma lista onde contempla políticos dos mais variados partidos, é perceptível que alguns políticos aparecem nos noticiários todos os dias, inclusive os delatores em gravações falando o nome de políticos, outros são poupados e dificilmente são citados nos noticiários, isto infelizmente parece ter influenciado na justiça, pois tem tornado um tanto comum o juiz que deve despachar diretamente do gabinete, fazer comentários e nas redes sociais.

Face ao exposto, a política está desacreditada, há uma esperança que a lava jato faça a reforma na política de forma justa, sem interferência “política”, pois se tiver interferência, o resultado será o pior possível, como exemplo basta ver e assistir nossos representantes “políticos” dizendo claramente que são contra o trabalhador, por considerar todos intrusos que atrapalham as grandes empresas.
  
Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 07 de Maio de 2017.
Dario Belibaldo Acacio