domingo, 1 de outubro de 2017

Pobre, não deve estudar nem saber sobre direitos

Pobre, não deve estudar nem saber sobre direitos

Para grande parte da população brasileira, nascidas nos anos 70 e 80, enfrentaram uma realidade diferente dos anos 90 e início deste século, em relação ás oportunidades de estudar um Curso Superior.

Conheço muita gente nascida nos anos setenta e oitenta, que tiveram grande dificuldades para conquistar seu espaço através da formação escolar, pois na idade que deveriam ingressar no curso superior, faltavam as condições financeiras, vagas próximas de sua cidade além dos horários de trabalho e outros fatores que excluíam um número elevado de estudantes dos bancos universitários.

A universidade pública, sempre foi concorrida pois fora frequentada na maioria por alunos que  dispõem de tempo para  cursinho e preparo aos vestibulares ou exame nacional do ensino médio (Enem), oportunizando àqueles que não precisam de trabalhar para sobrevivência ou para ajudar no orçamento familiar.

Na primeira década do século, a partir dos investimentos na abertura de novos cursos, além das bolsas ofertadas em parceria do MEC e Universidades particulares, houve a inflação do diploma, descrito pelo Sociólogo Jesse de Souza, pois foi um período que ocorreu uma nítida atenuação do acesso ao curso superior, se comparado entre trabalhadores e filhos de empresários,  mas é possível perceber de forma clara e objetiva, que políticos e grandes capitalistas agora já declaram ser contra a escalada da população nos cursos superiores.

O Deputado Federal do Estado de São Paulo, Sr. Nelson Marquezelli, afirmou que “ele paga faculdade para os filhos dele, e quem quer estudar que pague”. Este discurso sempre pertenceu àqueles privilegiados economicamente, mas ainda não sentiam a vontade para expressar, no caso referido trata-se de um grande empresário,  que independente de ser parlamentar, possui de fato condições de pagar faculdade.

Nesta visão política que o trabalhador deve “se virar” para conseguir quaisquer espaço na sociedade, existe também o pensamento relativo a mudanças e percas de direitos, que estão sendo votados no Congresso Nacional.

O Deputado Federal, do Rio Grande do Sul, Sr. Darcisio Perondi, afirmou “Opinião pública é a população, e a população não tem obrigação de entender o que são reformas” para ele, as elites sim, devem participar das reformas, inclusive cita o apoio de uma coalizão dominante do governo que inclui a imprensa.

Nestes discursos ficam evidentes os interesses atuais do Congresso Nacional e Poder Executivo, demonstrando que o “trabalhador é o grande problema para o Brasil, na visão da classe política”, por este motivo qualquer reforma ou ação de governo, deve ter como prioridade “última” o cidadão brasileiro.

Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 01 de Outubro de 2017

Dario Belibaldo Acacio