Pobre, não deve
estudar nem saber sobre direitos
Para
grande parte da população brasileira, nascidas nos anos 70 e 80, enfrentaram
uma realidade diferente dos anos 90 e início deste século, em relação ás
oportunidades de estudar um Curso Superior.
Conheço
muita gente nascida nos anos setenta e oitenta, que tiveram grande dificuldades
para conquistar seu espaço através da formação escolar, pois na idade que
deveriam ingressar no curso superior, faltavam as condições financeiras, vagas
próximas de sua cidade além dos horários de trabalho e outros fatores que excluíam
um número elevado de estudantes dos bancos universitários.
A
universidade pública, sempre foi concorrida pois fora frequentada na maioria
por alunos que dispõem de tempo para cursinho e preparo aos vestibulares ou exame
nacional do ensino médio (Enem), oportunizando àqueles que não precisam de
trabalhar para sobrevivência ou para ajudar no orçamento familiar.
Na
primeira década do século, a partir dos investimentos na abertura de novos
cursos, além das bolsas ofertadas em parceria do MEC e Universidades
particulares, houve a inflação do diploma, descrito pelo Sociólogo Jesse de
Souza, pois foi um período que ocorreu uma nítida atenuação do acesso ao curso
superior, se comparado entre trabalhadores e filhos de empresários, mas é possível perceber de forma clara e
objetiva, que políticos e grandes capitalistas agora já declaram ser contra a
escalada da população nos cursos superiores.
O
Deputado Federal do Estado de São Paulo, Sr. Nelson Marquezelli, afirmou que “ele
paga faculdade para os filhos dele, e quem quer estudar que pague”. Este
discurso sempre pertenceu àqueles privilegiados economicamente, mas ainda não
sentiam a vontade para expressar, no caso referido trata-se de um grande
empresário, que independente de ser
parlamentar, possui de fato condições de pagar faculdade.
Nesta
visão política que o trabalhador deve “se virar” para conseguir quaisquer
espaço na sociedade, existe também o pensamento relativo a mudanças e percas de
direitos, que estão sendo votados no Congresso Nacional.
O
Deputado Federal, do Rio Grande do Sul, Sr. Darcisio Perondi, afirmou “Opinião pública é a população, e a população não tem
obrigação de entender o que são reformas” para ele, as elites sim, devem
participar das reformas, inclusive cita o apoio de uma coalizão dominante do
governo que inclui a imprensa.
Nestes discursos ficam evidentes os interesses atuais do
Congresso Nacional e Poder Executivo, demonstrando que o “trabalhador é o
grande problema para o Brasil, na visão da classe política”, por este motivo
qualquer reforma ou ação de governo, deve ter como prioridade “última” o cidadão brasileiro.
Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 01 de Outubro de
2017
Dario Belibaldo Acacio