Impunidade:
Ciclista sem braço
Que
sentimento pode ter um ser humano após provocar um acidente? Um curso superior pode mudar atitudes na vida
de um cidadão?
Ao
considerar estas perguntas torna-se interessante observar alguns acontecimentos
pontuais. Conforme todos os noticiários, no dia 10 de março de 2013, o jovem de
21 anos, trabalhador que estava indo para mais um dia de lavar vidros em
prédios, na cidade de São Paulo, teve a infelicidade de ser atingido por um
carro.
David,
ciclista iria trabalhar naquele dia limpando vidros do Instituto do Câncer, ao
ser atropelado perdeu seu braço, contou com pessoas que viram a situação
acontecer, o moço Thiago Chagas dos Santos, técnico em enfermagem fez os
primeiros socorros. Na ocasião o ciclista chegou a dizer que estaria perdoando
o motorista embriagado, que era acadêmico de psicologia.
O
motorista ao atropelar e decepar o braço do ciclista, além de não prestar socorro, teve a malandragem de pegar o braço do David,
que caiu dentro do carro após quebrar o para-brisa, e jogar dentro de um rio acreditando que o
ciclista estava morto e não faria diferença.
David
diz que a justiça ficou do lado deles, referindo-se ao: acadêmico de
psicologia, motorista embriagado, que teve coragem de jogar o braço dele num
córrego não permitindo o reimplante do mesmo, motorista não foi acusado de
homicídio apenas de lesão corporal, condenado apenas a dormir na cadeia por Seis
anos, e pagar indenização de 60 salários mínimos.
Diante
desta situação, cabe a reflexão será que as condições sociais de uma família fazem muita
diferença nas atitudes dos filhos frente à desgraça alheia, ou ainda um curso
superior, principalmente o de psicologia torna o cidadão mais humano, ou nas
atitudes prevalecem as defendidas na
família independente da formação acadêmica?
O
ciclista foi punido duas vezes, no acidente e ao saber do resultado da justiça,
enquanto que o atropelador aproveita da impunidade e como dizem a juventude “está
de boa”, tido apenas na condição de um atropelador assustado que fugiu com medo
de ração das pessoas da rua.
O
consolo para o jovem David, está na prótese recebida de presente na cidade de
Sorocaba, São Paulo no valor de trezentos mil reais, oportunizando a reaprender
movimentos e aproximar da vida normal que tinha antes do acidente.
Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 17 de Agosto de 2014
Dario Belibaldo Acacio