domingo, 4 de setembro de 2016

O Brasil pós impeachment

O Brasil pós impeachment

Dos quatro últimos mandatários eleitos pelo voto direto dos brasileiros, a metade não conseguiram finalizar seu período para o qual foi eleito.
A diferença de Collor que era de cinco anos de mandato e não teria direito a reeleição, no caso Dilma,  a reeleição existe com validade até 2020, esta conseguiu concluir um mandato, mas perdeu grande parte deste segundo mandato.
Dizer que os políticos quando são afastados são inocentes, seria ingenuidade de qualquer cidadão, pois os ditos populares de onde “há fumaça, existe fogo’ sempre tem  verdades inseridas em quaisquer situações, no entanto acreditar não existir mais corrupção também é uma grande ingenuidade.
Gostaria de apenas observar que a presunção da inocência está presente  no novo governo, demonstrando  tratamentos diferentes com situações semelhantes às já ocorridas no governo cassado.
Exemplos mais claros estão no caso das delações premiadas, algumas com mais de cem dias paradas em mesas da procuradoria geral, além do fato em que não noticiam mais por “presunção de inocência”, enquanto que no governo afastado primeiro todos os canais de televisão e jornais noticiavam, para depois a justiça apurar responsabilidades.
Todas as delações premiadas envolvendo diretamente ou não o novo mandatário do país poderão ou não prosperar no sentido da apuração e punição, somente se o novo governo ignorar os acontecimentos ou começar a não fazer acordos no parlamento. Collor falou em 2012 que se a presidente não melhorasse as relações com os parlamentares poderia enfrentar problemas “ele Collor” tinha experiência. 
Outro fator,  conforme José Mucio, Ministro do TCU, Dilma só foi cassada por não ouvir alertas dos técnicos, inclusive no primeiro momento se ela tivesse reconhecido falhas na prestação de contas, poderia ter feito às correções, o que não fez e culminou na divulgação para imprensa e congresso nacional, chegando ao impeachment.
Diante desta realidade, a percepção é que em todos os poderes executivos do Brasil, sejam governadores de Estado ou prefeitos, precisam ter maioria e bons relacionamentos entre o legislativo para não correr riscos em perca de  mandatos, caso contrário, que é o caso do governo federal neste momento que tem a maioria, se manter o apoio do legislativo, terá caminho livre para governar independente de delações premiadas, gravações e outras denúncias.
Salvo exceções da justiça, dificilmente no pós impeachment,  o governo terá os mesmos problemas de  interação com os outros poderes, no entanto as chances de concluir o mandato são próximas de cem por cento.

Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 04 de Setembro de 2016

Dario Belibaldo Acacio