Ensino Médio
A
mudança prevista para o ensino médio brasileiro está deixando grandes dúvidas
em relação à efetivação desta política direcionada aos jovens que estudam
dentro da educação básica.
No
final da década de 90, as modificações realizadas foram no sentido de retirar
dos currículos escolares as disciplinas e cursos que tinham como objetivo dar
formação profissional e ou técnica em nível médio. O discurso político da época
sinalizava que todos os alunos deviam estudar apenas os três anos do ensino
médio e, em seguida tinha por obrigação prestar vestibular, ingressar num curso
superior visando obter a profissionalização.
Do
ano 1996 até o ano 2001, percentuais altíssimos dos cursos profissionalizantes
em nível médio foram extintos, em contrapartida mobilizaram e incentivaram a
abertura de cursos em faculdades particulares, visando o atendimento da demanda
de alunos egressos do ensino médio de três
anos, considerando que esta tentativa de melhorar os índices relativos na formação superior não tiveram grande
êxito, a partir do ano de 2003 iniciaram os movimentos em prol do retorno dos
cursos técnicos em nível médio,
expandindo gradativamente.
Algumas
semelhanças das possíveis mudanças, 20 anos mais tarde, encontram exatamente no incentivo financeiro aos estabelecimentos
de ensino que aderirem de imediato ao novo formato do ensino médio. Conforme
especialistas, a ideia importada em partes da Europa e dos Estados Unidos, possui enormes dúvidas e vácuo muito grande
na futura execução do projeto.
As
disciplinas de Arte, Educação Física além de filosofia e sociologia que fazem o
cidadão discutir realidade, buscar compreender os conflitos da vida, estão
sendo postas na condição de optativas, neste caso é perceptível que o aluno vai
escolher aquelas disciplinas consideradas mais fáceis, o fato de deixar de
receber muitos conteúdos relativos a vida, poderá ser encarada como uma forma
restritiva do saber, deixando este cidadão menos competitivo.
Diante
das incertezas, assistimos versões diferenciadas em menos de vinte quatro
horas, relativo as disciplinas eletivas, demonstrando que as definições podem
gerar grandes polêmicas.
Os
alunos poderão ser os grandes prejudicados, ao invés de grandes beneficiados
como prediz todos os discursos entusiastas das modificações, nos anos 1996 a
2002, o Estado do Paraná, chegou a ter duas mil matrizes curriculares
diferentes, tinha aluno que reprovava numa disciplina, mas ao ser transferido
na outra escola não existia aquela disciplina, era bem complexa a situação, a
torcida, no entanto é que as atuais propostas contidas na medida provisória
746/2016, consiga superar os problemas do passado.
Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil, 25 de Setembro de
2016
Dario Belibaldo Acacio