domingo, 17 de novembro de 2013

As voltas que o mundo oferece – Pizzolato



As voltas que o mundo oferece – Pizzolato

Em 1991 no segundo semestre, quando atuava de Coordenador do Projeto Brigadas do Trabalho, no Centro de Proteção da Vida em Assis Chateaubriand, PR, tive a oportunidade de receber uma palestra sobre “Formação Sindical”  do Sr. Henrique Pizzolato, na época achei muito interessante recebê-lo, considerando conhecê-lo apenas pela televisão, pois um ano antes teria sido um dos candidatos a Governador do Paraná.

A reunião foi realizada no Salão comunitário do Jardim Progresso – Assis Chateaubriand, na ocasião foram convidados moradores do bairro, principalmente as lideranças com intuito de fortalecer movimentos sociais e sindicalistas visando instituir um sindicato para mobilizar os trabalhadores rurais desempregados na época, pois existiam muito trabalhadores (volantes) bóias-frias e a demanda de trabalho eram por um período apenas do ano.

Dentre o conteúdo abordado sobre a importância da formação sindical, o Sr. Henrique Pizzolato, abordou questões raciais, valorização do trabalhador, a necessidade de fiscalizar o poder público e exigir  vagas de trabalho a  todos, inclusive citou que tinha servido o exército em Brasília DF, na guarda que fica no Palácio do Planalto, referindo aos casos de racismo, “disse que os negros do exército sempre eram deixados mais ao fundo da tropa para que chefes de estado e outras autoridade, não os vissem”.

Aquela fala contextualizada com a realidade social do bairro Jardim Progresso, ocorrida numa tarde de sábado com um público de aproximadamente 40 pessoas, demonstrava a necessidade de exigir um Estado forte que pudesse dar condições de vida digna a todos, com trabalho e renda, ensinando aos presentes a necessidade constante de fiscalizar  cobrar do poder constituído os gastos públicos em prol do trabalhador.

Atualmente o discurso de Pizzolato pode ter o valor para muitos, mas para ele, que aproveitou de sua condição política e através de suas articulações políticas com seus companheiros, conquistou espaço e ao invés de contribuir para o Estado ser forte na vida dos cidadãos comuns, fez o Estado forte em sua vida particular, chegando ao inverso de seu  discurso,  a necessidade de “corruptos ir para a cadeia”, agora inverteu a situação e o próprio está condenado.

Que esta situação pertinente a  vida do Sr. Henrique Pizzolato, sirva como exemplo no sentido de não esquecer os discursos em prol do social e do trabalhador, mas  acima de tudo respeitar o trabalhador e praticar ações que beneficiem a população em geral.

Dario Belibaldo Acacio
Assis Chateaubriand, PR, Brasil


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