As voltas que o mundo
oferece – Pizzolato
Em 1991 no segundo semestre,
quando atuava de Coordenador do Projeto Brigadas do Trabalho, no Centro de
Proteção da Vida em Assis Chateaubriand, PR, tive a oportunidade de receber uma
palestra sobre “Formação Sindical” do
Sr. Henrique Pizzolato, na época achei muito interessante recebê-lo,
considerando conhecê-lo apenas pela televisão, pois um ano antes teria sido um
dos candidatos a Governador do Paraná.
A reunião foi realizada no
Salão comunitário do Jardim Progresso – Assis Chateaubriand, na ocasião foram
convidados moradores do bairro, principalmente as lideranças com intuito de
fortalecer movimentos sociais e sindicalistas visando instituir um sindicato
para mobilizar os trabalhadores rurais desempregados na época, pois existiam
muito trabalhadores (volantes) bóias-frias e a demanda de trabalho eram por um
período apenas do ano.
Dentre o conteúdo abordado
sobre a importância da formação sindical, o Sr. Henrique Pizzolato, abordou
questões raciais, valorização do trabalhador, a necessidade de fiscalizar o
poder público e exigir vagas de trabalho
a todos, inclusive citou que tinha
servido o exército em Brasília DF, na guarda que fica no Palácio do Planalto,
referindo aos casos de racismo, “disse que os negros do exército sempre eram
deixados mais ao fundo da tropa para que chefes de estado e outras autoridade,
não os vissem”.
Aquela fala
contextualizada com a realidade social do bairro Jardim Progresso, ocorrida
numa tarde de sábado com um público de aproximadamente 40 pessoas, demonstrava
a necessidade de exigir um Estado forte que pudesse dar condições de vida digna
a todos, com trabalho e renda, ensinando aos presentes a necessidade constante
de fiscalizar cobrar do poder
constituído os gastos públicos em prol do trabalhador.
Atualmente o discurso de
Pizzolato pode ter o valor para muitos, mas para ele, que aproveitou de sua
condição política e através de suas articulações políticas com seus
companheiros, conquistou espaço e ao invés de contribuir para o Estado ser
forte na vida dos cidadãos comuns, fez o Estado forte em sua vida particular,
chegando ao inverso de seu discurso, a necessidade de “corruptos ir para a cadeia”,
agora inverteu a situação e o próprio está condenado.
Que esta situação pertinente
a vida do Sr. Henrique Pizzolato, sirva
como exemplo no sentido de não esquecer os discursos em prol do social e do
trabalhador, mas acima de tudo respeitar
o trabalhador e praticar ações que beneficiem a população em geral.
Dario Belibaldo
Acacio
Assis Chateaubriand,
PR, Brasil
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